
A ação da prefeitura está de acordo com as exigências da Lei 10.639, de 2003, que estabelece o ensino da história da África e da cultura afro-brasileira em todos os níveis educacionais. A lei abriu espaço para discussões sobre o racismo na educação, não somente no conteúdo didático, como nos métodos e práticas pedagógicas. Em artigo publicado no jornal Folha Cidade Baixa (n. 5, novembro de 2011), a pedagoga Elienai dos Santos Barreto, especialista em Gestão Educacional, chama atenção para as consequências do uso hegemônico de bonecas brancas na infância, como prática contrária ao estímulo à diversidade étnical entre as crianças:
“Neste contexto de negação das características étnico-raciais, o ato de brincar apenas com bonecas brancas, como representação do “bom e do belo”, subalterniza, domina e elimina a identidade das crianças, estigmatizando-as e induzindo-as a acreditar que ser negro é ser feio, ser negro é ser sujo, ser negro é ser malvado”, defende a especialista.
Em seu artigo, a pedagoga destaca ainda os efeitos positivos da iniciativa da Prefeitura Municipal de São Francisco do Conde de dar às crianças bonecas negras, como prática didática pautada nas ações afirmativas: “A criança passa a ter na boneca negra um referencial de beleza que reflete sua imagem e o seu SER. Passa a perceber, progressivamente, que ser negro é ser bonito, ser negro é ser bom, ser negro é ser belo. E isso é indispensável na relação positiva que ela precisa desenvolver consigo, com o outro e com o mundo na construção de sua identidade e autonomia”, escreveu Elienai Barreto.
Universidade - Os esforços do município de São Francisco do Conde em estimular a promoção de políticas afirmativas na educação garantiram que a cidade recebesse um campus da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab). A Unilab foi instituída, no Brasil, em 2010, pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva, por meio da lei nº 12.289 que a define como uma Universidade Pública Federal. Baseada em princípios de cooperação solidária, o projeto pedagógico da instituição inclui 50% do ensino direcionado a alunos de países africanos e asiáticos que falam a língua portuguesa, enquanto os outros 50% são destinados a brasileiros.
Para Samuel Azevedo, que até o final de 2012 foi responsável pelo Departamento de Promoção da Igualdade Étnico Racial da Prefeitura de São Francisco do Conde, o município tem se tornado referência nacional de ações afirmativas, sendo laboratório de experiências exitosas de políticas de promoção da igualdade racial. “Graças aos investimentos em educação, daqui a 10 anos, o município de São Francisco do Conde vai gerar intelectuais negros e negras para a consolidação da igualdade neste país, que quer ser mais rico e justo para o seu povo”, acredita. O gestor aguarda as adequações que estão sendo feitas na nova gestão da prefeita re-eleita, Rilza Valetim, e o espaço institucional que será ocupado pelas políticas de promoção da igualdade racial.
Sou escritora,poeta, contadora de histórias infantis,DESEJO CONTAR ESTA HISTÓRIA DA PRINCESINHA NEGRA, E VOU MONTAR OS PERSONAGENS- https://www.facebook.com/media/set/?set=a.324334487693555.1073741830.319465114847159&type=3
ResponderExcluirAlguém pode conseguir doação de 5 oumais bonecas negras/ https://www.facebook.com/media/set/?set=a.324334487693555.1073741830.319465114847159&type=3
Agradeço se puderem conseguir doação de bonecas negras pra mim!
ResponderExcluirSou contadora de histórias infantis, e faço voluntariado em comunidades de crianças carentes.