quarta-feira, 2 de maio de 2012

CPI aprova quebra dos sigilos fiscal, bancário e telefônico de Cachoeira

CPI aprova quebra dos sigilos fiscal, bancário e telefônico de Cachoeira

Poderão ser abertos dados dos últimos dez anos do bicheiro.
Relator não incluiu depoimentos de governadores na CPI.

Nathalia Passarinho e Iara LemosDo G1, em Brasília
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A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito criada para investigar o elo de políticos e empresários com o bicheiro Carlinhos Cachoeira aprovou nesta quinta-feira (2) a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico do contraventor, preso em fevereiro sob acusação de chefiar uma quadrilha de jogo ilegal.
Poderão ser abertos dados sigilosos dos últimos 10 anos, período que vai além das investigações já realizadas pelas operações Vegas e Monte Carlo (iniciadas em 2009 e 2011, respectivamente), que motivaram a criação da CPI e já haviam acessado informações sigilosas do bicheiro.
Os requerimento aprovado pela CPI é de autoria do deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS). "São de extrema gravidade os fatos, que demonstram envolver não só crimes de natureza estritamente privada, mas trambém graves graves desvios na esfera pública, atentatórias às instituições democraticamente constituídas, o que demanda a imediata atuação do Poder Legidlativo Federal", justicou o deputado no pedido de quebra de sigilo.
"A quebra é essencial para nós compreendermos o que ele fez nos últimos dez anos", disse o relator da CPMI, deputado Odair Cunha (PT-MG). Segundo ele, foram aprovados 51 requerimentos na reunião desta quarta da CPMI. O deputado afirmou ainda que na próxima semana devem ser votados requerimentos que pedem a quebra de sigilo da construtora Delta, suspeita de ter negócios ilegais com o grupo de Cachoeira.
Delta
O relator também afirmou que o pedido de convocação do presidente licenciado da empresa, Fernando Cavendish, será analisado após a leitura do inquérito sobre Cachoeira enviado nesta manhã pelo Supremo Tribunal Federal à CPMI. "Vamos analisar a convocação de Cavendish depois de analisar a farta documentação que a Polícia Federal nos mandou", disse Odair Cunha.
"Não vamos exclusivamente investigar a Delta Centro Oeste. Vamos, inclusive e especialmente e a partir da Delta Centro Oeste, produzir uma investigação com as provas que temos ou viermos a ter", destacou o relator. Conversas telefônicas gravadas pela Polícia Federal indicam que Cavendish tinha conhecimento das negociações entre Cachoeira e o ex-diretor da Delta no Centro Oeste, Claudio Abreu.
Odair Cunha explicou ainda o fato de não ter incluído a convocação de governadores suspeitos de envolvimento com Cachoeira. "Neste primeiro momento não temos elementos suficientes que justifiquem a aprovação desse requerimento. Agora, com os autos da Polícia Federal em mãos, nós teremos condições de fazermos uma análise criteriosa e partir disso decidir se convocamos este ou aquele governador ou nenhum", disse.
Os governadores do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), e de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), são citados em conversas de Cachoeira com integrantes da quadrilha de jogo ilegal. Já o governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral (PMDB), aparece em fotos ao lado do presidente licenciado da construtora Delta, Fernando Cavendish.
O presidente da CPMI, Vital do Rêgo, afirmou que ainda não há previsão para a escolha do vice-presidente da comissão. A votação estava prevista para esta quarta (2). "Ainda estamos amadurecendo. Por enquanto, vamos tocando a CPMI", afirmou.

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