domingo, 5 de maio de 2013

Maria Stella de Azevedo Santos - Mãe Stella D'Oxossi....

O aniversário é de Mãe Stella, mas quem ganha o presente somos nós. Como estava fora na quarta-feira passada em que saiu seu artigo em A TARDE, aproveito que hoje é  o aniversário dessa fonte de sabedoria para publicar mais um de seus belos ensinamentos e desejar  saúde e mais muitos anos de vida entre nós. Axé, Mãe Stella.   
Mãe Stella faz aniversário hoje. Foto: Margarida Neide/Ag. A TARDE/ 29.11.2012
Maria Stella de Azevedo Santos
O universo pulsa; o universo fala. Escutar o universo é escutar as batidas do próprio coração. Não as batidas físicas, mas o pulsar abstrato, entusiasmado, de um coração pleno. Quando falo pleno, provavelmente levo as pessoas a pensarem em cheio de alegria, prosperidade, beleza… Engano!  Quando falo pleno, refiro-me a um coração cheio de experiências vividas e absorvidas de maneira completa.
Tenham sido essas experiências sentidas como felizes ou dolorosas. O universo fala, as folhas falam, tanta para quem canta para encantá-las, quanto para as pessoas que conversam com elas ou simplesmente lhes dão um bom dia a cada dia que amanhece. As folhas, ou melhor, as plantas são seres vivos, como é vivo todo o universo.
É por isso que no candomblé temos um ritual para reverenciar as folhas e tudo o que elas nos ensinam. Nas folhas não existem apenas substâncias químicas usadas pelos laboratórios para curar nossas doenças físicas; nelas estão contidos ensinamentos ancestrais, que ao serem traduzidos por aqueles que se permitem escutar o universo são verdadeiros remédios para a alma, que ajudam a curar, mas também a prevenir feridas que retardem ou impeçam que a mesma encontre seu destino.
Transmitirei um pouco do que “escutei” de algumas das folhas para quem cantei durante setenta e quatro anos da minha vida sacerdotal.
Alfavaquinha-de-cobra – É a folha que acalma os olhos. A folha que nos faz “videntes”, que amplia a nossa visão, e ao mesmo tempo impede de vermos aquilo que não é necessário ou que não nos agrada. Folha que vem sempre em primeiro lugar, silenciosamente canta a serenidade, alertando a todos para a necessidade do falar pouco, para sofrer menos. A calma é sempre cantada, chamada, em primeiro lugar. Não se pode, ou melhor, não se deve entrar em um ambiente sem que seu olhar esteja manifestando calma, um olhar calmo o suficiente para enxergar as coisas com clareza e nitidez, sob todos os ângulos.
A calma é parceira inseparável do silêncio. Verdadeiros tratados podem ser escritos sobre o silêncio, porém, “silenciosamente” se pode dizer: silêncio é não falar o que não é necessário ser falado. Basta, portanto, não falar aquilo que não é preciso, que a pessoa pode considerar-se em estado de silêncio, passo fundamental para que se possa atingir o estado de calma. Estar calado não necessariamente é estar em silêncio. E o oposto é verdadeiro, no silêncio muito se diz.
Bilreiro – É desta árvore que são tirados os bilros usados pelas rendeiras para fazer um dos mais ricos artesanatos de nosso país. Folha de Xangô que ilumina do alto, nos protegendo e nos erguendo. É a folha do trovão que, como o forte grito de Xangô, acorda quem está dormindo. Afinal, “quem muito dorme nada aprende e nada vê”. E é Xangô, Deus do Trovão, orixá de “olhos de orogbo”, sempre abertos e atentos, que com sua voz rouca grita para que nos levantemos e, como guerreiros, enfrentemos a nossas lutas diárias.
Vassourinha-de-Oxum – Cultuamos com muita força a folha mais doce que o mel, para que ilumine nossos mistérios. O mel é símbolo da doçura natural, isto é, aquela que nos é oferecida pela natureza. Oxum, assim como o mel, representa a fala doce que nos embriaga.  A planta conhecida popularmente como vassourinha-de-oxum nos ensina a termos cuidado como as pessoas muito adocicadas, que podem estar usando a fala doce para nos deixar embriagados, conseguindo tirar de nós aquilo que desejam.
Bambu – Folha de vida longa, que é firme e escapa das tempestades, a quem suplicamos que nos torne  fortes e vigorosos.  O bambu segue em direção ao céu com a humildade e a sabedoria dos grandes mestres. No seu caminhar, reconhece a necessidade de se inclinar perante forças maiores, como a da tempestade. O Bambu é sábio: para não quebrar ele enverga.
Espada-de-Oxossi – Para a folhas com formato de espada pedimos que sejamos bastante fortes para que, rapidamente, possamos cortar o mal e as armadilhas que são feitas para atrapalhar a nossa existência. Afinal, a espada é símbolo de destruição da injustiça, da maleficência e da ignorância.
Maria Stella de Azevedo Santos é Iyalorixá do Ilê Axé Opô Afonjá. Quinzenalmente, ela escreve em A TARDE, sempre às quartas-feiras.

Oxaguiã é um Orixá Guerreiro.

Imagem do livro “O candomblé da Barroquinha” do antropólogo e professor da Ufba, Renato da Silveira. Foto: AG. A TARDE

Car@s: na semana passada, não pude publicar o artigo de Mãe Stella. Então vai aqui um aperitivo com um lembrete: amanhã, quarta-feira, tem mais.

Maria Stella de Azevedo Santos
Oxaguiã é um orixá guerreiro. Sua maior luta é pela perfeição: de si mesmo, dos outros e das coisas. Odeia a preguiça, que ele considera o inimigo número um da perfeição. Da união de Oxaguiã com Iyemanjá, nasceu Ogum, orixá guerreiro como o pai. Ogum guerreia para destruir o que precisa ser renovado, enquanto Oxaguiã luta para construir o que foi destruído. Neste vai e vem de batalhas, Oxaguiã foi um dia à cidade de Ogum para buscar munição e encontrou o povo em festa. A comemoração era pelo término da construção do novo palácio do rei Ogum. Tudo parecia perfeito. Não para Oxaguiã! Ele bateu sua poderosa espada no palácio, que ruiu imediatamente. O povo ficou irado! “Tanto trabalho jogado fora, por um capricho de Oxaguiã”.
O pai de Ogum então falou: “O rei de vocês está em guerra e não voltará tão cedo. Por que entregar este palácio para ele, quando um muito melhor pode ser construído?”. Passado um tempo, Oxaguiã retornou à cidade e encontrou o palácio reconstruído. Entretanto, tudo se repetiu: O pai de Ogum destruiu o novo palácio e ordenou que o povo construísse outro, ainda mais perfeito.
Aconteceu que o dia da volta de Ogum se aproximava, só restando para Oxaguiã contentar-se com o último palácio construído, que para todos estava mais do que perfeito. De tanto reconstruírem o palácio, os moradores daquela cidade passaram a ser conhecidos como “os construtores quase perfeitos”. O povo não gostou daquele “quase” e ousou reclamar com a divindade. Oxaguiã disse: “A perfeição é como uma donzela arisca, ela se compraz em ser buscada, mas nunca permite ser encontrada e muito menos ser cultuada”.
Esse itan (estória narrada de geração para geração) fala sobre a importância da busca pela perfeição. Outro dia ouvi o seguinte comunicado: “Não basta fazer, é preciso fazer com amor”. Eu completo esse lindo comunicado, dizendo: Não basta fazer, é preciso fazer com amor, mas fazer bem feito. E ninguém faz nada bem feito se não tiver tempo. Se a preguiça é o inimigo número um da perfeição, a falta de eficiência para lidar com o tempo é o número dois. É por isso que se diz: “Quem tem tempo faz a colher e borda o cabo”.
Quem tem tempo faz arte. E a arte é uma das importantes formas de aproximação com o sagrado. Não é preciso ser artista para se fazer arte, é preciso apenas se tentar fazer as coisas da melhor maneira possível. Tanto nas coisas mais simples, como nas mais complexas; tanto nos assuntos sociais, quanto nos assuntos religiosos.
Lavar os pratos e estar atento para não deixar na pia nem um grão de arroz, de modo que a harmonia e pureza externas ajudem a harmonizar o interior de quem penetre naquele recinto, é arte. Quem me ouve ou lê o que escrevo está acostumado a ouvir a frase “estou sempre correndo atrás da perfeição”. Acontece que quanto mais eu corro atrás da perfeição, mais parece que a perfeição corre de mim. É como um gostoso jogo de “picula”, onde não tem vencido nem vencedor. E a graça consiste exatamente nisso: tentar, incansavelmente, domar essa virgem rebelde. Sim, acredito ser realmente virgem, a perfeição.
Não conheci ninguém que conseguiu casar-se com ela, apesar de não lhe faltar pretendentes. Entretanto, todos nós gostamos de crer que existem pessoas perfeitas. Gostamos de criar ídolos. Um grande risco, tanto para quem idolatra, quanto para quem é idolatrado. Parece que precisamos de ídolos para seguirmos, como se a “perfeição” (ou o axé) do outro pudesse ser por nós absorvida.
O caminho para a perfeição não é reto, ele é cheio de saliências e reentrâncias. É um caminho individual, como individual é o encontro que cada um tem com sua própria forma de construir e reconstruir seus palácios, sejam eles de areia ou de cristal.  A perfeição, como o próprio nome indica, é um movimento em direção a: alguma coisa, algum lugar, alguém… Aperfeiçoar-se é simplesmente manter-se em movimento; é buscar sempre o que lhe parece faltar a cada dia, a cada momento. E é Oxaguiã o orixá que nos auxilia a manter acesa essa chama. É Oxaguiã o orixá que estimula o progresso.
Maria Stella de Azevedo Santos é Iyalorixá do Ilê Axé Opô Afonjá. Quinzenalmente, seus artigos são publicados em A TARDE, sempre às quartas-feiras 

Sobram bolsas para brasileiros em Harvard e MIT

Sobram bolsas para brasileiros em Harvard e MIT

Doutorados em diversas universidades dos EUA têm 1,5 mil vagas abertas até 2015; inglês ainda é entrave para estudantes do País

25 de abril de 2013 | 2h 02

 

Angélica Natera, diretora adjunta da Laspau (ligada à Harvard) veio ao Brasil divulgar as bolsas - Sergio Castro/Estadão
Sergio Castro/Estadão
Angélica Natera, diretora adjunta da Laspau (ligada à Harvard) veio ao Brasil divulgar as bolsas
As Universidades Harvard, Stanford, Columbia, da Califórnia, o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e outras instituições americanas de ponta vão reservar 1,5 mil bolsas de estudo integral até 2015 para estudantes brasileiros cursarem doutorado completo. As bolsas serão financiadas pelo governo federal, por meio do programa Ciência Sem Fronteiras (CsF).
Apesar do convênio com as universidades ter sido firmado no ano passado - motivado pela ida da presidente Dilma Rousseff aos Estados Unidos em abril de 2012 -, a falta de divulgação da oportunidade levou a Laspau (entidade vinculada à Harvard), que administra a concessão das bolsas, a realizar ontem uma visita ao País.
"Trata-se de um acordo histórico, sem precedentes. Os estudantes brasileiros precisam saber que eles podem estudar nas melhores universidades norte-americanas", disse Angélica Natera, diretora adjunta da Laspau, durante agenda de reuniões com parceiros institucionais em São Paulo.
Mesmo exigindo que os estudantes tenham apenas diploma de graduação nas áreas prioritárias do CsF - Engenharia, Tecnologias e Saúde -, além de bom nível de inglês, pouco mais de cem candidatos foram pré-selecionados até o momento. É prevista neste primeiro ano de acordo a seleção de outros 400 estudantes. As inscrições para início dos estudos em 2014 vão até setembro e podem ser feitas pelo site da Laspau (www.laspau.harvard.edu).
A baixa demanda pelas bolsas pode ser justificada pelo desconhecimento de muitos estudantes, que tendo apenas diploma de graduação podem se candidatar diretamente para o curso de doutorado. Ou seja, não precisam cursar primeiramente o mestrado. "Geralmente, quem sabe desse detalhe é aquele estudante que teve maior aproximação com pesquisa na graduação, com projetos de iniciação científica, por exemplo. Mas quem não teve muito esse contato desconhece", disse Luana Bonone, presidente da Associação Nacional de Pós-Graduandos.
A falta de domínio de inglês é outro entrave às candidaturas. "Até o pós-graduado tem inglês ruim, mas essa deficiência é curável", disse o economista Cláudio Moura Castro, ex-diretor-geral da Capes, uma das agências de fomento federal que administram o CsF.
Solução. E a "cura" pode ser até mensurada, afirma André Marques, diretor da EF Englishtown, especialista em certificação. "Para alcançar o patamar que é exigido pela seleção, o pós-intermediário, o estudante que tem nível básico de inglês, precisaria estudar diariamente por um ano e meio", afirmou.
O esforço para preencher as vagas disponíveis pode aumentar a presença de pesquisadores brasileiros nas melhores universidades do mundo. Isso deve fazer avançar áreas da ciência estratégicas para o País, afirmou Luiz Felipe d'Avila, diretor-presidente do Centro de Liderança Pública (CLP). "Podemos nos desenvolver ainda mais na agroindústria e aviação", disse d'Avila. O CPL pretende implementar uma incubadora nos Estados Unidos para identificar boas ideias dos doutorandos.
"Esperamos com o convênio retomar o envio de pesquisadores brasileiros para fazer o doutorado pleno nos Estados Unidos, algo que ocorria mais intensamente nos anos 1960 e 1970", afirmou o presidente da Capes, Jorge Guimarães.

sábado, 4 de maio de 2013

Mais 62 mortes na Síria.

Guerra civil provoca mais 62 mortes na Síria

 
DAMASCO - Centenas de famílias sunitas fugiram ontem da cidade de Banias, na costa mediterrânea da Síria, depois que as forças leais ao presidente Bashar Al-Assad mataram pelo menos 62 pessoas durante a noite, deixando cadáveres ensanguentados e queimados empilhados nas ruas, de acordo com ativistas.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, grupo baseado em Londres, postou um vídeo com os corpos de dez pessoas — metade delas crianças — mortas em Banias. As informações não podem ser checados de forma independente, já que o governo sírio restringe o acesso da mídia ao país.
As mortes aconteceram dois dias após milícias pró-Assad terem assassinado entre 100 e 200 sunitas no vilarejo de Baida, na mesma região do país. A informação também é de grupos oposicionistas.
O governo americano afirmou ontem que está horrorizado pelo massacre de Baida, e acusou o regime sírio de intensificar a violência contra civis.

A maioria sunita lidera a revolta contra o governo Assad, e a violência sectária têm se tornado comum no conflito. Assad é alauíta, um braço do xiismo. Banias é uma área sunita em meio a um enclave alauíta na costa mediterrânea da Síria, e ativistas acusam as milícias leais a Assad de limpeza étnica.

Bainas e Baida foram as primeiras cidades sírias a sofrer com a violência sectária logo nos primeiros meses da revolta contra Assad. As milícias alauítas pró-governo, conhecidas como shabbiha, foram acusadas de atacar ativistas sunitas que protestavam nas ruas.
— Acredito que centenas de famílias tenham ido em direção às cidades próximas como Jableh e Tartous — cogitou Rami Abdelrahman, líder do Observatório Sírio para os Direitos Humanos.
A guerra civil síria, que se arrasta há mais de dois anos, provocou até agora a morte de mais de 70 mil pessoas.


Leia mais: http://extra.globo.com/noticias/mundo/guerra-civil-provoca-mais-62-mortes-na-siria-8295862.html#ixzz2SO0pAve7

Visita a país da Oceania onde os negros têm cabelos naturalmente loiros.

Pesquisadores visitam país da Oceania onde negros têm cabelos naturalmente loiros

Foto: Divulgação / Sean Myles
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Pesquisadores das universidades de Stanford, de Bristol, da UC San Francisco e do Instituto Max Planck de Antropologia Evolucionária acabam de publicar um relatório na revista Science com uma conclusão, no mínimo, surpreendente: o cabelo loiro de alguns habitantes da Melanésia, na Oceania, é uma variação natural. Antes, os cientistas acreditavam que tal fenômeno se dava por algum fator externo, como exposição ao sol ou uma dieta rica em peixe, comum na região.
Foto: Divulgação / Sean Myles

O grupo recolheu saliva e pigmentação do cabelo de 1000 moradores das Ilhas Salomão. O material comprovou que a variação é nativa, sendo, portanto, diferente da que é responsável pelo cabelo loiro do norte europeu. Os resultados atraíram a curiosidade de diversos membros da comunidade acadêmica. Um dos pesquisadores envolvidos no estudo, Sean Myles explica que o gene TYRP1 é exclusivo aos melanésios.
“Cabelos loiros, portanto, surgiram pelo menos duas vezes durante a evolução humana: uma vez nos ancestrais europeus e outra vez no extremo oposto da terra, nos ancestrais melanésios. Isso representa um fascinante exemplo de evolução convergente: quando o mesmo resultado (cabelo loiro) é realizado por diferentes meios (variantes genéticas independentes)", frisa o professor da Dalhousie University.
Foto: Divulgação / Sean Myles

Resultados teriam impacto na saúde global
Ainda de acordo Myles, em um texto publicado no blog dele nesta sexta-feira, tal descoberta amplia a área de atuação da pesquisa genômica médica - que, segundo ele, concentra-se quase que exclusivamente sobre as populações de origem europeia.
"Gastamos bilhões de dólares em busca de genes subjacentes a determinadas doenças em uma pequena fração da diversidade humana, que se concentra em países ricos. Variações, como a encontrada na Melanésia, provavelmente existem em todo mundo, em populações sub-representadas. E isso não afeta apenas a pigmentação do cabelo, mas também em traços relacionados a doenças. Num futuro da medicina personalizada, onde os médicos irão analisar as sequências genéticas dos pacientes para criar drogas sob medida, os indivíduos de origem europeia seriam mais beneficiados" acredita o pesquisador.
Foto: Divulgação / Sean Myles

Foto: Divulgação / Sean Myles

Foto: Divulgação / Sean Myles



Leia mais: http://extra.globo.com/noticias/saude-e-ciencia/pesquisadores-visitam-pais-da-oceania-onde-negros-tem-cabelos-naturalmente-loiros-8292649.html#ixzz2SNz1t6sU

Nhá Chica primeira beata negra do Brasil.

Nhá Chica: Igreja anuncia primeira beata negra do Brasil


Filha e neta de escravos, a beata era analfabeta e ficou órfã ainda na infância

 

Agência Brasil


A Igreja Católica anunciou neste sábado (04) a beatificação de Francisca Paula de Jesus, a Nhá Chica. Ela é a primeira negra a ser declarada beata no Brasil. A solenidade foi realizada em Baependi, município mineiro que fica a quatrocentos quilômetros de Belo Horizonte. A missa de consagração foi rezada no Santuário Nossa Senhora da Conceição, onde estão os restos mortais de Nhá Chica, e contou com a presença de autoridades do Vaticano e o secretário-geral da presidência da República, ministro Gilberto Carvalho, que representou a presidenta Dilma. O decreto de beatificação foi assinado pelo papa Bento XVI em junho de 2012. Em 2011, o Vaticano aprovou o registro de um milagre atribuído à beata.


 
A comissão de beatificação de Nhá Chica começou os trabalhos em 1989. Em 1991, o Vaticano deu a ela o título de Serva de Deus. O primeiro registro de milagre foi feito em 1995, por uma professora que diz ter sido curada de um problema congênito do coração na véspera de fazer a cirurgia. Em 2011, o papa Bento XVI aprovou as virtudes da religiosa e deu-lhe o título de Venerável. A comissão médica da Congregação das Causas dos Santos do Vaticano aprovou o milagre em outubro de 2011, concordando que não havia explicação científica para a cura da professora. A comissão de cardeais também confirmou o milagre em 2012.


Em nota divulgada ontem (03), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) destacou que a beatificação de Nhá Chica tem um significado muito importante para a Igreja. Filha e neta de escravos, a beata era analfabeta e ficou órfã ainda na infância. Devota de Nossa Senhora da Conceição, viveu na pobreza e na simplicidade, e dedicou sua vida para servir as pessoas, especialmente na tarefa de escutar e aconselhar. Seu cuidado com os mais pobres rendeu-lhe o título de “Mãe dos pobres”.


História

Francisca de Paula de Jesus nasceu no Distrito de Santo Antônio do Rio das Mortes, em São João Del Rey (MG) e foi morar em Baependi ainda pequena com a mãe, uma ex-escrava, e o irmão Teotônio. Em 1818, Nhá Chica, então com dez anos de idade, perde a mãe, que deixa também o filho Teotônio, com 12 anos. Ainda na juventude, era procurada para dar conselhos, fazer orações e dar sugestões para pessoas que lidavam com negócios na cidade.


Segundo o site dedicado à beatificação de Nhá Chica www.nhachica.org.br, a fama de santidade se espalhou e as pessoas começaram a visitar Baependi para conhecê-la, conversar com ela e pedir orações. Nhá Chica morreu no dia 14 de junho de 1895, aos 87 anos.

Programa Resíduos Sólidos em São Francisco do Conde

Ministério Público realizará Audiência Pública de Resíduos Sólidos dia 08 de maio

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O Ministério Público do Estado da Bahia, através da Promotora de Justiça Popular da 1ª Promotoria de Justiça de São Francisco do Conde, Dra. Karinny Guedes, realizará no próximo dia 08 de maio, quarta-feira, uma Audiência Pública na Câmara Municipal de Vereadores, das 8h30 às 12h30, para tratar do Plano de Resíduos Sólidos no município.
A Audiência está fundamentada no artigo 127 da Constituição Federal e também na legislação orgânica do Ministério Público, especialmente na Resolução nº 82/2012 do CNMP; considerando as disposições da Lei nº 12.305/2010 que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos e impõe “aos Municípios a gestão integrada dos Resíduos Sólidos geradas nos respectivos territórios”.
O objetivo central do encontro será obter subsídios e informações adicionais, relacionados à implantação do Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos em São Francisco do Conde. A Audiência será conduzida pela Promotora Karinny Guedes e contará com a participação de representantes do Poder Público, entidades acadêmicas, associações civis e movimentos sociais organizados. A Prefeitura irá participar do encontro por meio de representantes da administração municipal e das secretarias de Educação, Meio Ambiente e Saúde.
Qualquer cidadão pode participar mediante inscrição que será feita no momento da Audiência Pública, no limite do tempo de duração da mesma.
Para mais informações acesse: CEAMA – MPBA.