terça-feira, 13 de dezembro de 2011

RELATOR MUDA TEXTO PARA PERMITIR BEBIDAS ALCOOLICAS NOS ESTADIOS BRASILEIROS DURANTE A COPA DO MUNDO 2014

Relator da Lei Geral muda texto e libera bebida em estádio só na Copa

Texto previa mudar Estatuto do Torcedor e liberar álcool permanentemente.
Votação do texto seria nesta terça (13), mas foi adiada por falta de acordo.

Débora Santos Do G1, em Brasília
39 comentários
O relator da Comissão Especial da Lei Geral da Copa na Câmara, deputado federal Vicente Cândido (PT-SP), alterou nesta terça-feira (13) o texto do relatório final para liberar a venda de bebidas alcoólicas em estádios somente durante o Mundial de 2014.
O texto apresentado na semana passada previa mudança no Estatuto do Torcedor, que atualmente proíbe bebida em estádio, o que tornaria permanente a venda do álcool durante os jogos no país.
De acordo com o relator, a mudança apresentada nesta terça foi feita a pedido do governo federal e do Ministério da Saúde, que pretende discutir de forma mais ampla as mudanças no Estatuto do Torcedor.
A votação do relatório final, prevista para esta terça, foi adiada por falta de acordo. Alguns parlamentares alegaram que não tiveram acesso ao texto com antecedência. A previsão é que a comissão volte a se reunir nesta quinta-feira (15) para votar o relatório.
Vicente Cândido disse que o adiamento da votação foi "fruto do processo democrático". "Na última reunião tiveram vistas do projeto e procuramos dialogar até a última hora com deputados, governo, Fifa e entidades. Um projeto dessa natureza só prospera se tiver acordo. Ninguém quer votar atordoadamente."
Copos de papel
Ainda em relação ao consumo de bebidas, a versão atual do projeto prevê a venda de bebidas alcoólicas também nas arquibancadas, em copos de papel. Na versão anterior, o consumo era permitido apenas em bares e camarotes dentro dos estádios.
O relator comentou declarações do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que criticou a liberação de bebida nos estádios brasileiros.
“Também acho enviesado esse discurso de achar que o problema da embriaguez no Brasil é só nos estádios. Acho que estádio é onde há menos. As pessoas vão ao estádio para torcer e não para beber. As pessoas enchem a cara em botecos. Tem de discutir outras formas de lazer, educação nas escolas e ser mais severo na educação das famílias, do que achar que proibir bebida nos estádios vai resolver este problema”, disse Cândido.
Preços mais baixos
Outra mudança importante foi a retirada dos idosos do grupo de beneficiados com os ingressos mais baratos, chamados de ingressos do Grupo 4. Segundo o relator, a retirada ocorreu porque os idosos já têm direito à meia-entrada conforme a legislação brasileira.
Com isso, sobrariam mais ingressos para os demais que têm direito ao valor mais baixo, como estudantes, portadores de deficiência, indígenas e participantes de programa de transferência de renda.
A Lei Geral prevê reserva de pelo menos 300 mil ingressos - dentre os cerca de 1 milhão que serão colocados à venda direcionados a brasileiros - para  com preço sugerido de R$ 50.
Calendário
Também foi apresentada nesta terça mudança no calendário escolar de 2014 para antecipar o início das aulas e aumentar o período das férias de julho em toda a rede escolar.
Na maioria dos estados, as aulas começam no fim de fevereiro e as férias de meio de ano duram todo o mês de julho. De acordo com o calendário proposto pelo deputado, que valeria, segundo ele, tanto para rede pública quanto para rede privada, o ano letivo começará no dia 20 de janeiro de 2014 e as férias do meio de ano vão de 11 de junho a 21 de julho.
O deputado disse também que sua intenção, com a alteração no calendário das aulas, é desafogar o trânsito e desestimular que estados e municípios instituam feriados, conforme prevê a Lei Geral.
Se aprovado na comissão, o texto, que tramita em regime de prioridade, vai direto para o plenário. Depois, ainda precisa ir para o Senado antes de ser sancionado pela presidente Dilma Rousseff.
AeroportosNa semana passada, a Comissão Especial da Lei Geral da Copa se reuniu para uma apresentação dos principais pontos do projeto. Uma das propostas debatidas foi a utilização de aeroportos militares como forma de aliviar a demanda por aeroportos civis durante a Copa do Mundo de 2014 no Brasil.
A proposta é resultado de uma emenda de autoria do deputado Otávio Leite (PSDB-RJ). A intenção é discutir com o Ministério da Defesa o uso dos aeroportos militares para se receber delegações de atletas e autoridades dos países participantes do evento.

BRASIL NOVO EL DORADO DOS AFRICANOS

Le Brésil, nouvel eldorado des Africains?

Entrepreneurs, étudiants, réfugiés, de plus en plus d’Africains immigrent au Brésil et grossissent les rangs d’une diaspora jusqu’alors très minoritaire. La fermeture des frontières européennes n’est pas la seule raison : la législation brésilienne s’assouplit et les opportunités se multiplient.

Les présidents brésilien Luis Inacio Lula da Silva et sud-africain Jacob Zuma à Prétoria, 9 juillet 2010. REUTERS/Thomas Mukoya
partager
taille du texte
 
Mise à jour du 17 novembre: la présidente du Brésil Dilma Rousseff a effectué en octobre son premier voyage officiel sur le continent africain depuis sa prise de fonction en janvier 2011. Elle a visité l'Afrique du Sud, le Mozambique et l'Angola. Elle prévoit d'envoyer d’ici la fin novembre dans ces trois pays une délégation de l'Agence de promotion des exportations, avec des industriels brésiliens en quête d'investissements et d'opportunités commerciales. Comme son prédécesseur, elle mise sur le renforcement des relations avec l'Afrique pour devenir d’ici 2022 la cinquième économie mondiale.
***
Les échos d’un vieux tube du chanteur congolais Papa Wemba, une odeur de ragout à l’igname… une ambiance africaine règne sur la place de la República. C’est ici, en plein cœur de São Paulo, que se réunissent régulièrement les membres de la communauté africaine.  

Des investissements angolais

« En Angola, j’avais une entreprise de composants électriques. Pendant dix ans j’ai économisé pour réunir la somme minimum que le gouvernement brésilien exige pour délivrer un visa d’investisseur, raconte José Narciso. Dès que je l’ai reçu je suis venu m’établir dans la capitale économique brésilienne ».
Le montant total des investissements des Angolais reste modeste mais il a été multiplié par 3 en deux ans. Et ils sont désormais les Africains qui investissent le plus au Brésil (17ème rang mondial).
En outre, la nouvelle présidente de la République, Dilma Rousseff, vient de durcir les mesures protectionnistes pour favoriser l’investissement sur place et réduire les importations. « Alors pour profiter de la forte croissance brésilienne plusieurs de mes amis restés en Angola ont franchi le cap et contacté les services d’immigration », commente José Narciso.
« Les démarches administratives demeurent laborieuses mais la situation évolue dans le bon sens, ajoute le quinquagénaire, qui, à travers son réseau, fournit une aide aux aspirants à l’immigration. Et au-delà des opportunités économiques, le Brésil compte déjà une forte population d’ascendance africaine, ce qui facilite notre intégration dans le pays ».
Pour les ressortissants des anciennes colonies portugaises (Angola, Mozambique, Cap-Vert et Guinée-Bissau), la maitrise de la langue est également un atout. Et pour les autres, un réseau de centres culturels dispense des cours gratuitement. « Les autorités gouvernementales et plusieurs ONG nous aident dès notre arrivée : je vais être logé et nourri gratuitement », témoigne Nelson, qui vient d’obtenir son visa étudiant. Le jeune homme fait partie des 2000 Cap-Verdiens qui étudient actuellement au Brésil sur une communauté totale de 5000 membres.

Le rôle essentiel de Lula

« Je vais intégrer la première promotion de l’Unilab », annonce-t-il fièrement. Cette Université, qui a ouvert ses portes le 25 mai dernier, est le fruit d’un concept novateur : la moitié des places est réservée à des élèves africains et l’ensemble de la promotion étudiera au Brésil ainsi que dans une des universités africaines partenaires.
C’est Lula, l’ancien président, qui est à l’initiative de ce projet. Sous son aire, le Brésil s’est affirmé sur la scène internationale et a fait de l’Afrique une de ses priorités. Le lieu qui accueille la nouvelle université est d’ailleurs symbolique: la ville de Redenção a été la première à abolir l’esclavage en 1884.
 « Pendant trois cent ans, des Africains ont été emmenés de force pour travailler dans les plantations. Aujourd’hui nous venons d’égal à égal, étudier et faire du commerce », conclut Nelson.
Anne-Gaëlle Rico

BRASIL UM GIGANTE AFRICANO

Le Brésil, un géant qui émerge en Afrique

Le président Lula avait choisi l'Afrique comme priorité stratégique pour le Brésil. Les liens diplomatiques ont été renforcés et les échanges économiques grimpent en flèche.

Le 8 mai, le président du Mozambique Armando Guebuza (au centre) a inauguré la mine du brésilien Vale. AFP/Johannes Myburgh
l'auteur
partager
taille du texte
 
Mise à jour du 17 novembre: la présidente du Brésil Dilma Rousseff a effectué en octobre son premier voyage officiel sur le continent africain depuis sa prise de fonction en janvier 2011. Elle a visité l'Afrique du Sud, le Mozambique et l'Angola. Elle prévoit d'envoyer d’ici la fin novembre dans ces trois pays une délégation de l'Agence de promotion des exportations, avec des industriels brésiliens en quête d'investissements et d'opportunités commerciales. Comme son prédécesseur, elle mise sur le renforcement des relations avec l'Afrique pour devenir d’ici 2022 la cinquième économie mondiale.
***
Des représentants de 28 pays africains étaient au mois de mai 2011 en mission d'observation au Brésil dans le cadre du programme de coopération signé en 2010 entre le géant sud-américain et le continent. L'aboutissement d'un processus initié par Luis Inácio Lula da Silva à son arrivée au pouvoir en 2003 et qui a fait de l’Afrique une priorité stratégique pour le Brésil.
C'est d'abord sur le terrain politico-diplomatique que le Planalto (le palais présidentiel de Brasilia) a cherché à élargir sa zone d'influence en ouvrant des ambassades: le Brésil en avait 13 en 2002 sur le continent, il en a aujourd'hui 32. Le président Lula a effectué 28 visites d’Etat en Afrique de 2003 à 2010 (contre 9 en Amérique du Nord), accompagné de chefs d'entreprises. Il a même été l’invité d’honneur du 13e sommet de l’Union africaine (UA) à Syrte, en Libye, en juin 2009. A la tribune, il a rappelé que le Brésil et l'Afrique ont des liens culturels comme la langue, la musique ou la religion, et a souligné que le Brésil «n'a pas de passé colonial».
Cette activité politique s'inscrit dans une démarche visant à développer une coopération Sud-Sud et non plus seulement Nord-Sud: en novembre 2006, le premier sommet Afrique-Amérique du Sud (Afras) à Abuja, la capitale du Nigeria, a entériné un plan d’action dans ce sens. «Les affinités historiques, techniques, culturelles, linguistiques et économiques, ainsi que les héritages et les aspirations partagées» font que les expériences brésiliennes «sont généralement plus adaptées» en Afrique que celles des «partenaires issus de nations traditionnelles», a indiqué Marco Farani, directeur de l'Agence brésilienne de coopération (ABC), qui insiste également sur le terme d'«échange» d'expériences.

La «révolution verte»

De fait, le président Lula a cherché à marquer sa différence lors du Sommet de l'UA en lançant l'idée d'une «révolution verte» dans le cadre d'un Dialogue Brésil-Afrique sur la sécurité alimentaire, la lutte contre la faim et le développement rural (PDF). Vaste programme. L'idée a fait son chemin et s'est concrétisée par une rencontre officielle des ministres de l'Agriculture africains, des autorités brésiliennes et de représentants de l'UA, de l'ONU, de la Banque mondiale et d'organisations non gouvernementales, à Brasilia en mai 2010. Lors de la présentation de ce Dialogue Brésil-Afrique, Celso Amorim, ministre des Affaires étrangères de 2003 à 2010, a une nouvelle fois martelé le même discours:  
«Le Brésil et l’Afrique sont liés par des liens historiques, culturels et démographiques indiscutables» et «le continent africain a toujours constitué une priorité pour l'actuelle politique étrangère brésilienne», celle de Lula.
Ce programme est piloté au Brésil par l'ABC, qui n'a pas les mêmes moyens que les agences européennes ou nord-américaines, mais est une des premières émanant d'un pays en développement, devenu la 8e puissance mondiale. Un modèle brésilien? Cela semble être en tout cas l'avis du Programme des Nations unies pour le développement (Pnud): ses directeurs Amérique latine et Afrique se sont rencontrés au Brésil en mars 2011 pour renforcer leur soutien, y compris financier, à cette coopération. La coordinatrice des programmes du Pnud Brésil, Maristela Baioni, a relevé «les expériences réussies en matière de sécurité alimentaire, d'agriculture, de réduction de la pauvreté et d'éradication de la faim». Expériences à mettre au crédit de Lula, qui a lancé dès son accession au pouvoir le programme «Faim Zéro» et mis en place une aide financière pour les plus démunis, la Bolsa familia.
Dans le cadre du Dialogue Brésil-Afrique, le gouvernement de Brasilia s'est engagé à mener 10 projets-pilotes agricoles. Il a ouvert un bureau de l'Institut brésilien de recherche agroalimentaire (Embrapa) à Accra, au Ghana: 95.000 dollars (66.170 euros) viennent d'être débloqués pour moderniser la production agricole familiale, et 171 centres de mécanisation agricole seront installés dans le pays en 2011-2012, avec des machines importées du Brésil. Ces fonds proviennent de la Chambre brésilienne du commerce extérieur, qui a approuvé en novembre 2010 un plan de financement de 640 millions de dollars (446 M€) sur deux ans destiné à l'agriculture vivrière.
Concernant la santé, de nombreux pays suivent avec attention la politique brésilienne de lutte contre le sida: le pays a produit dès 1996 des médicaments génériques accessibles aux populations les plus démunies, ce qui lui a valu des poursuites. Des accords viennent d'être signés avec le Mozambique et le Sénégal pour une fabrication locale d'antirétroviraux.
Autre particularité brésilienne figurant au programme des «échanges d'expériences»: les biocarburants. Deuxième producteur et premier exportateur mondial d'éthanol, le Brésil cherche à exporter sa technologie en Afrique, vantant les bénéfices pour développer l'agriculture et réduire la dépendance au pétrole.

Priorité à l'Angola

Pour le Brésil, la coopération gouvernementale, essentiellement technologique, est encore plus forte avec les Pays africains de langue officielle portugaise, les Palop, autrement dit l'Angola, le Mozambique, le Cap-Vert, la Guinée-Bissau, São Tomé e Principe.
En mai 2011, l'Agence brésilienne de promotion des exportations et investissements (Apex) a mis en avant le «marché cible de l'Angola», pour encourager les entreprises à y investir ou exporter:  
«L'Angola est un marché au potentiel énorme pour les exportations brésiliennes. Nos exportations vers ce pays sont passées de 64 millions de dollars (45 M€) en 1999 à 947 M$ (660 M€) en 2010, avec un record de 1,3 milliard en 2009», a affirmé Mauricio Borges, président d'Apex-Brésil.
L'Angola affiche il est vrai des prévisions de croissance de son PIB de 7,5% par an d'ici à 2014, et est en demande de produits manufacturés. Il est déjà l'un des trois premiers clients des exportateurs brésiliens en Afrique, la première destination des investisseurs, et un important fournisseur de pétrole pour le Brésil. Après une longue guerre civile, ce pays d'Afrique australe est en reconstruction depuis une petite décennie, financée grâce aux ressources pétrolières. Forte de ce constat et avec l'objectif d'augmenter les échanges commerciaux entre les deux pays, l'Apex a d'ailleurs ouvert en novembre 2010 son premier centre d'affaires en Afrique à Luanda, la capitale d'un pays où le Brésil est encore largement devancé par les Chinois, entre autres.

L'eldorado des mines

Cette activité politique a bien entendu donné un sérieux coup de pouce aux échanges commerciaux, qui ont plus que triplé pendant les deux mandats de Lula, passant de 6,15 milliards de dollars (4,3 milliards d'euros) en 2003 à 20,56 milliards de dollars (14,3 milliards d'euros) en 2010 (avec un pic à 25,93 milliards de dollars en 2008), selon les chiffres du ministère du Commerce extérieur. De 2003 à 2010, les exportations du Brésil en Afrique sont passées de 2,86 milliards de dollars à 9,26 milliards, mais les importations ont encore plus augmenté, passant de 3,29 à 11,30 milliards de dollars.
Plusieurs poids lourds de l'économie brésilienne ont pris pied sur le continent. Par exemple la compagnie pétrolière Petrobras, qui a signé des accords d'exploration et/ou d'exploitation avec l'Angola, le Nigeria, la Namibie, la Libye, la Tanzanie, le Sénégal ou plus récemment le Bénin. Le secteur minier est particulièrement important en Afrique et Vale, numéro un mondial du minerai de fer, est déjà présent au Gabon (manganèse), en Angola (cuivre, nickel), en Afrique du Sud (logistique), en Guinée (bauxite), en Zambie (cuivre), en République démocratique du Congo (cuivre, cobalt), au Liberia (pour le transport), au Malawi (pour le transport). Au Mozambique, Vale a lancé officiellement le 8 mai 2011, en présence du président mozambicain Armando Guebuza, l'exploitation près de Tete d'un énorme gisement de charbon moyennant un investissement de 1,3 milliard de dollars (905 millions d'euros).
Les infrastructures nécessaires à l'exploitation sont construites par Odebrecht, le constructeur brésilien très présent en Afrique également, notamment en Angola, où il est devenu le plus gros employeur privé. Les exemples sont nombreux, et on pourrait encore citer, parmi d'autres, l'entreprise de BTP Camargo Corrêa, qui va construire une usine hydroélectrique au Mozambique (3,2 milliards de dollars), le cimentier Votorantim et le constructeur aéronautique Embraer.
Une chose est sûre: le pays locomotive pour les investissements étrangers en général et brésiliens en particulier est l'Angola. Outre le centre d'affaires existe une Association des entrepreneurs et cadres brésiliens en Angola (Aebran). La dauphine de Lula, Dilma Rousseff, qui lui a succédé début 2011 à la présidence, ne devrait pas infléchir cette politique. Le mouvement n'est pas prêt de s'arrêter.
Laurence Rizet

BENEDITA DA SILVA E O LHAR AFRIC ANO

Benedita Da Silva, première noire au Sénat brésilien

Née dans un bidonville au Brésil, cette petite fille d’esclave a gravi tous les échelons par la force de sa verve. Aujourd’hui, ce député continue son combat, pour la liberté et l’égalité de tous ses compatriotes et surtout pour les plus démunis.

Benedita Da Silva, le 10 décembre 2002. Sergio Moraes/REUTERS
l'auteur
partager
taille du texte
 
A bientôt 60 ans, alors qu’elle en paraît 45, Bénédita a toujours le sourire aux lèvres et l’œil qui brille. L’Assemblée Nationale l’a sacrée femme d’exception et lui a décerné un trophée «De l'ombre à la lumière» pour saluer son parcours.
«Cela a été une grande surprise pour moi, je n’avais préparé aucun discours, je ne savais pas quoi dire», avoue-t-elle un peu embarrassée.
C’est la même surprise quand elle apprend qu’elle fait partie des 1.000 femmes proposées en 2005 pour être Prix Nobel de la paix. Elle dit:
«La paix est individuelle et elle est à l'intérieur de chacun d'entre nous».
Du haut de son mètre 70 elle semble être habitée par un feu incandescent. Jamais elle ne prononce de choses négatives concernant son parcours. La Brésilienne affirme être avant tout une «femme de foi». Durant sa carrière politique, elle a pourtant essuyé de multiples insultes raciales et elle a fait face à beaucoup de préjugés liés à son origine modeste. Qu’importe, la politicienne ne souhaite pas s’attarder là-dessus.
Elle porte un curly impeccable sur des cheveux courts soyeux. Chacune de ses anecdotes est contée comme on raconte une blague. L’humour semble être sa plus grande arme.

L'enfant des favelas

«Je n’ai jamais pensé, ni même souhaité quitter la favela où je vis, où j’ai grandi» dit Bénédita avec détermination.
Son bidonville s’appelle «Capéu Mangueira». Elle y est restée pendant 57 ans quand elle était tour à tour député, sénateur, et conseillère municipale.
«J’ai du sortir de la favela quand j’ai endossé la fonction de gouverneur. J’étais obligée de vivre dans une maison de fonction», avoue-t-elle avec une certaine tristesse.
Enfant, la militante grandit dans la précarité avec douze autres frères et sœurs. Il lui arrivait de faire les poubelles pour nourrir sa famille. Très tôt, elle se met à travailler comme femme de ménage pour aider le foyer. Avec les voisins, elle s’organise et bricole pour que tous aient de l’électricité et des bouches d’égouts. Les femmes de la favela l’ont choisie pour être leur leader. Un mouvement d’abord féministe, qui trouve aujourd’hui reconnaissance auprès de l’ensemble de la communauté noire du bidonville.
«Nous, les femmes des favelas, nous sommes des promotrices de la paix et nous nous battons pour avoir des hôpitaux, des écoles pour les enfants et du travail pour tous».
Son bonheur semble aussi passer par celui de son prochain:
«Dans ma tête, les choses sont claires, je ne quitterai pas la favela tant qu’il existera d’autres noirs, d’autres femmes, d’autres pauvres, au Brésil. Et je continuerai de vivre avec eux tant que les choses n’auront pas changé».
La messe est dite.

Son parcours

Militante depuis les années 60, elle se bat pour défendre les droits de sa communauté et lutte contre l’ancien régime militaire.
Alors dans l’opposition, elle aide à la formation du Parti des travailleurs au sein duquel elle commence sa carrière politique au début des années 80. Dans la même période, Da Silva retourne sur les bancs de l'école et obtient un diplôme universitaire pour ses 40 ans.
Elle devient ensuite, la première noire au poste de conseillère municipale de Rio de Janeiro. Seulement quatre ans plus tard, elle est élue au Congrès National où elle milite en faveur de l’insertion d’amendements à la Constitution du pays sur l’interdiction de la mise en liberté sous caution pour les crimes raciaux.
Elle milite également pour le congé maternité de 120 jours, pour l’interdiction de différences de salaires discriminatoires et le droit des femmes détenues pour qu’elles puissent allaiter leurs bébés. Cette élue ne veut oublier personne.
En 1991, Da Silva fait partie d’un comité qui invite l’African National Congress dirigé par Nelson Mandela. Après leur entretien, le leader sud-africain qui imaginait que le degré d’égalité au Brésil était enviable, reconsidère sa compréhension de la politique raciale brésilienne.
À la fin de sa visite, il invite même les noirs brésiliens à prendre leur part dans le pouvoir politique du pays. Suivant les conseils de son modèle, Da Silva se porte candidate à la mairie de Rio de Janeiro en 1992, elle gagne la primaire mais ne parvient pas à être élue. Benedita Da Silva est néanmoins députée fédérale depuis 2010.

 Sa relation avec Lula

En 2003 elle est nommée ministre de l’Action Sociale par le président brésilien et c’est un tournant dans sa carrière politique.
«Je suis fière d’avoir reçu ce cadeau du président Lula, c’était un ministère avec un budget spécifique, j’ai eu une marge de manœuvre incroyable et pas uniquement des bureaux pour faire joli. Nous avons réalisé un important travail qui a porté ses fruits et qui a été un des grands instruments pour les politiques sociales du gouvernement», explique Benedita avec fierté.
Le président Lula, elle le considère comme un membre de sa famille, comme un «petit cousin»:
«Lula c’est pas un Blanc! Au Brésil toute personne qui a la peau claire et les cheveux qui ne sont pas lisses ne se considèrent pas comme une personne blanche», son observation l’a fait beaucoup rire.

 Le racisme au Brésil

Un projet de loi préconisait de mentionner «la race» sur les documents d’identité.
«On s’est rendu compte avec des travaux de recherche scientifique que toutes les personnes qui refusaient de mettre la mention de  leur couleur sur leurs papiers étaient des métisses, des gens couleurs café au lait, ou des quarterons. Le grand institut de sondage Brésilien (IBGE) n’arrivait pas à faire ces recherches, alors nous avons fait un grand mouvement, et c’est là que nous avons découvert qui étaient contre la mention de couleur.»
De cette étude est née «Action Affirmative» pour l’élévation et l’intégration de tous les noirs. Cette forme de discrimination positive a changé la donne, «tout le monde voulait ensuite être noir pour bénéficier du système des quotas», explique Da Dilva avec un éclat de rire. Les détracteurs dans la communauté parlaient du manque de stabilité d’un tel mouvement. Pour les autres sceptiques, le doute concernait plutôt les compétences des noirs qui pour beaucoup n’étaient pas capables d’assumer de hautes fonctions.
«Dans notre mouvement, nous savions qu’il y avait tant de noirs dotés de talent, capable de bénéficier de cette forme de discrimination positive» ajoute la militante.

La lutte continue

«Au Brésil, il y a un complexe important de la population noire. Elle constitue la majorité de la population, mais elle est vraiment exclue dans le milieu intellectuel».
Da Silva cite l’exemple des députés. Ils sont au nombre de 513, parmi lesquels il y aurait seulement 45 femmes et 24 d’entre elles seraient noires.
«Nous comptons des noires qui n’ont pas conscience qu’elles sont noires. Par exemple les femmes s’imaginent être dans l’égalité et ça les rassure, tout ça parce qu’elles sont claires ou métisses, seulement 12 députés se disent être noires, c’est dommage».
Bénédita se moque des conventions et avoue ne pas faire que des actes «politiquement corrects».
«Dans l’hémicycle, nous faisons beaucoup de chahut et nous créons la confusion, et quand nous commençons, ils tremblent, c’est une lutte des nerfs», explique t-elle.
Ce sont les blancs qui ne veulent pas voir les noirs progresser qui sont ici pointés du doigt.
«Ils savent que la situation va changer parce que personne ne veut dépendre d’eux, qu’ils veulent ou non ça va changer».
Da Silva indique également:
«Nous tous nous sommes libres, mais nous devenons des esclaves. Quand nous redevenons esclaves dans nos têtes, nous nous remplissons de peur, et aussi nous nous remplissons de courage. Et c’est ça qui te fait croire qu’un jour, tu y arriveras parce que toi tu n’acceptes pas la situation dans laquelle tu vis. C’est ce cheminement que j’ai eu. Je sais que chaque noir qui se libère, libère des millions d’autres».
La politicienne qui se plait à dire qu’elle mène un combat pour les femmes, pour les Noirs et pour les pauvres a sans nul doute encore du travail à faire et elle le sait
«Il faut vraiment investir les femmes dans plus de choses, pas seulement utiliser leur nom, mais leur donner une vraie place».
Benedita Da Silva est en marche pour changer le visage du Brésil. Le peuple semble avoir beaucoup avancé avec l’élection d’une femme président. Il reste à la communauté noire de prendre le train en marche, sans complexe.
Ekia Badou